São
Tomé e Príncipe é um pequeno país atravessado pelo equador e
onde o tempo não conta. Vegetação luxuriante, infinidade de frutas tropicais,
terra fértil, imensa variedade de peixe, um calor tropical que nos deixa húmidos
e não deixa secar as toalhas, pessoas encantadoras que vivem a vida ao ritmo do
“leve-leve”, crianças que apesar de pobres, andam sempre bem dispostas e praias
tropicais com água a uma temperatura maravilhosa (cerca de 28 graus em Fevereiro).
É sobre as praias de São Tomé que vou falar neste post:
Praia do Café – Ilhéu das Rolas
O Ilhéu das rolas, a cerca de 15 min de distância de barco das praias do sul de São Tomé, é um pequeno paraíso de praias de areia branca e águas cristalinas, localizado mesmo por cima da linha do Equador.
Quando íamos a chegar a Porto Alegre, fomos abordados por um local que nos ofereceu ida ao ilhéu com almoço por 15€/pessoa. Depois acabámos por pagar mais 5€/pessoa para darmos a volta à ilha.
Quando chegámos, a primeira praia visitada foi a Praia do Café que é maravilhosa, de areia dourada e água quentinha de cor azul turquesa.
O acesso é feito unicamente por barco, a partir de Porto Alegre, (Ponta Baleia).
Excelente local para relaxar e mergulhar antes ou após percorrer o ilhéu a pé.
Almoçámos nas mesas em frente à praia, peixe fresco com os acompanhamentos típicos.
Praia da Bateria – Ilhéu das Rolas
Quando demos a volta à ilha, encontrámos a praia mais bonita que vi em toda a semana. É uma praia remota e isolada, mas deslumbrante. Cercada por uma natureza exuberante.
Destaca-se pela cor das águas azul-turquesa, que contrasta com o negro da rocha, o esmeralda da vegetação e a areia branca. É perfeita para nadar na água cristalina e com uma cor incrível.
Esta praia situa-se a norte da ilha. Vale muito a pena uma visita, contudo,
o caminho até lá chegar é de difícil acesso e sem indicação. São Tomé, é uma
ilha sem placas, valha-nos o GPS que mesmo assim, por vezes nos levou para lugares
errados, obrigando a usar o ditado que é bem antigo “Quem tem boca vai a Roma”.
Primeiro corte à esquerda, para quem sai de morro peixe para Guadalupe e lá
fomos nós….
É uma praia bonita, com algumas árvores de tamarindos (acho que o nome
deve-se a isso).
Praia de areia fina dourada e praticamente deserta, a água é limpa, sem
ondulação e com boas condições para mergulho.
Selvagem, de natureza intacta. Sem qualquer apoio de praia, nem
vigilância.
Água do mar é quente e tem sombra natural das árvores que envolvem a
praia.
É uma das maiores praias e fica perto da praia do governador, que é
igualmente grande.
Uma dica, não esquecer do protetor solar, porque embora não se note, por
estar quase sempre nublado, o sol queima e eu fiquei vermelha nos ombros por
ter estado uma manhã inteira no mar sem reforçar o protetor que tinha colocado
apenas de manhã cedo.
Ao lado da praia dos Tamarinos encontrámos a praia dos Governadores,
com um extenso areal, água limpa, sem ondas e com um enquadramento paisagístico
selvagem. Foi mais uma praia quase deserta, onde estivemos umas horas a
aproveitar aquela água com uma temperatura maravilhosa.
Nessa praia encontrámos o monumento em memória aos mártires de 3 de fevereiro de 1953.
Resumindo a história, o governador lançou um grande programa de construções, mas como havia falta de mão de obra,
para além dos nativos, recorria a
indígenas angolanos e cabo-verdianos. Porém, nas roças, o trabalho não era pago
ou os ordenados eram de miséria, sendo os trabalhadores muitas vezes chicoteados
se não cumprissem ordens.
No início
de 1953, estes trabalhadores revoltaram-se e foram afastados a tiro. Os
indígenas fugiram para as roças e os nativos para a mata. Perante isto, o
Governador dispensa a polícia e manda um exército, começando a chamada “caça ao
preto”. Desta caça resultaram muitas mortes, casas incendiadas, mulheres
violadas e são-tomenses levados para as cadeias onde são torturados, alguns
mortos e quase todos levados para campos de trabalhos forçados.
As vítimas desta
brutalidade foram transformadas em heróis pela liberdade da pátria. Não se sabe
quantos morreram. Os corpos foram enterrados em valas comuns ou deitados ao
mar.
O dia 3 de fevereiro é feriado nacional em São Tomé e Príncipe.
Tem um monte que subimos para ver a bonita vista sobre a lagoa.
Confesso que não apreciei muito esta lagoa, dada a dificuldade que
tivemos para entrar e para sair.
Embora não seja de me deitar na toalha a apanhar banhos de sol,
principalmente quando a água do mar é quentinha, o facto de esta lagoa ter uma
entrada rochosa, não permite uma permanência agradável na toalha, para quem quer
descansar e bronzear-se.
A dica é levar sapatos aquáticos para não
aleijar os pés e aproveitar a água quente.
Situada numa pequena baía, é uma praia limpa, agradável de areia clara e
envolvida em natureza.
Mergulhámos por lá já ao fim do dia, pois a água é tão quentinha que
qualquer altura é boa para dar um mergulho.
O melhor das praias de São Tomé é a temperatura da
água. Posso dizer que em 8 dias não passei uma hora na toalha, mas passei
muitas horas naquele mar incrivelmente quente.
Praia Grande
É uma praia remota e isolada, mas bonita. Cercada por vegetação. Aqui, o rio encontra o mar. Tem algumas ondas como eu gosto. Passámos lá uma horinha a nadar naquele mar incrível.
Não tem restaurantes, nem alojamentos, afugentando por isso os turistas e consequentemente a praia era toda para nós.
Praia Piscina
Praia bonita, no meio do nada, de frente para o Ilhéu das rolas!
Esta praia de areia branca, destaca-se por ter uma piscina junto à praia
formada pelas rochas que quebram a entrada do mar. Parece que a natureza criou
um espaço para as crianças mergulharem ou um spa natural para os adultos
desfrutarem.
Ao lado, temos a praia, onde podemos nadar naquela água limpa, quentinha
e maravilhosa.
Faltam caixotes para o lixo, assim como faltam em todas as praias de São Tomé.
A praia encontra-se no sul de São Tomé onde o acesso é difícil e
demoramos a lá chegar, por isso, sugiro ficar pelo sul 2- 3 dias para não ter de
fazer aquele caminho difícil, mais do que uma vez, que foi o que nos aconteceu,
nos dois dias que andámos por lá.
Só para terem
uma ideia, da capital à praia piscina, demorámos 2h.
No dia que andámos por lá, tínhamos almoço planeado na praia, mas de
repente veio uma chuva torrencial que nos estragou os planos. Acabaram por nos
levar a Porto alegre, a casa da D. Silvia que tinha feito o almoço e comemos um delicioso peixe voador grelhado servido com a arroz e banana frita,
por 10€/pessoa.
De vez em quando víamos pescadores a carregarem o peixe que apanham no dia: barracuda, peixe azeite, peixe voador, polvo, peixe bulhão, peixe espadarte, Alama, corvina, peixe fumo e outros exemplares de nomes estranhos.
Jalé é um boa praia. O problema é o difícil acesso porque praticamente
não existe estrada até lá desde Porto Alegre. Para ir até lá, só a pé ou de jipe.
É uma praia quase deserta com uma beleza selvagem. A areia é branca, a
água limpa e muito quentinha. Tem algumas ondas como eu gosto.
Quando fomos dar um mergulho ao mar, apesar de ter deixado o telemóvel debaixo da toalha e afastado do mar, desgraçadamente a maré subiu tão rapidamente que passados 15 minutos só vi uma onda chegar à toalha e molhar o meu telemóvel. Desde esse dia o telemóvel “perdeu a saúde” e quando cheguei a Portugal teve de ir ao “hospital”.
A praia Jalé é um dos principais sítios de
desova de tartarugas marinhas no sul de São Tomé.
Tem por lá o Jalé Ecolodge com 3 Bungalows construídos com base nos princípios e técnicas da
Bioconstrução, respeitando os princípios do ecoturismo. Segundo li têm eletricidade restrita e a casa de banho é à moda antiga com banhos de
caneca. É um lugar simples e sem luxos, mas onde muitos ficam para ver o
espetáculo das tartarugas. Normalmente a abertura dos ovos e a correria das
pequenas tartarugas para o mar, ocorre bem cedo e ficar num alojamento destes é
mais uma garantia de conseguir ver este espetáculo.
Encontrámos um senhor que nos explicou que de setembro e abril,
do pôr-do-sol ao nascer do dia, as tartarugas fêmeas saem da água e vão colocar
os ovos na praia, perto do local onde também elas nasceram.
Como é uma espécie muito ameaçada no país e a nível mundial, dois
guardas patrulham a praia, apontando todos os dados sobre a desova e sobre as
fêmeas (o senhor que falou connosco é um desses guardas).
Durante a desova, as fêmeas estão mais vulneráveis e tornam-se alvos
fáceis ao grande número de predadores (cães selvagens, caranguejos ou mesmo o
homem que caça ninhos), por causa disso, muitos ovos são recolhidos e levados para um Centro de Incubação.
Após a abertura dos ovos, as tartaruguinhas são libertadas na praia,
contribuindo-se assim para a preservação destas espécies. Estas só ali
regressam, 25 anos depois e já adultas, para voltarem também elas, a desovar.
Infelizmente não vimos o fenómeno, mas mesmo para quem fica lá a
dormir, não há garantia de ver.
Nesse dia havia nuvens, portanto, o mar não tinha as cores deslumbrantes
duma praia paradisíaca, mas São Tomé é assim, um país quase sempre com nuvens,
daí ser difícil ver praias com cores azuis turquesas.
Praia das
Sete ondas
Praia na direção sul da ilha e com muita ondulação, daí o seu nome.
Gosto muito de mar com água quente, mas um mar com água quente e ondas,
é o meu preferido, logo, a praia das 7 ondas foi a minha preferida de São
Tomé.
A praia é
bonita, rodeada de palmeiras e quase deserta.
Há por lá um
restaurante junto à praia.
Foram muito boas
as horas que passei naquele mar quentinho maravilhoso a saltar e a lutar com
aquelas ondas.
A praia tem um
senão comparativamente à praia dos Tamarinos ou Governadores no Norte, que é o
fato da areia ser mais escura, o que não é muito agradável, pois suja mais as toalhas de praia.
Praia bonita, com águas quentes e com ondulação como eu gosto.
Deserta, excelente para passar umas horas no mar.
Os acessos de carro são complicados, mas não é distante da
estrada principal.
Uma paisagem desértica, enquadrada numa envolvência verdejante.
Foi lá que encontrei o Dr. Lacerda Sales que tinha ido a São Tomé fazer a primeira prótese no joelho. Disse-me que fazia parte dum grupo de médicos especialistas portugueses que estava em missão humanitária em São Tomé, durante uma semana, com consultas e cirurgias ortopédicas gratuitas aos doentes mais carenciados. Durante a missão entregaram às instituições de São Tomé e Príncipe materiais didáticos, bem como bens alimentares, brinquedos e vestuário.
Praia Emília
É uma praia agradável de areia dourada, localizada na marginal e próxima da cidade de São Tomé. Tem palmeiras e vegetação à sua volta. A água não é tão limpa como as outras praias que visitámos, mas é aceitável e a temperatura é tão boa que esquecemos rapidamente esse pormenor.
Foi nesta praia que terminámos as maravilhosas férias em São Tomé.
- A Tap tem voos diretos para são Tomé e é preciso estar atento às promoções pois os bilhetes não são baratos. Nós conseguimos uma promoção por 430€/pessoa.
- Levar dinheiro vivo de Portugal e trocar lá, pois muitas caixas ATM são raras e poucos aceitam cartões.
- No aeroporto ou cidade comprar um cartão SIM local da CST que nos custou cerca de 12€ (80 dobras cartão +220 dobras por 3Gigas de internet). Esta companhia detém 83% de quota de mercado na rede móvel em São Tomé e Príncipe. Vimos imensos pontos de venda distribuídos pela ilha. Porém, é uma internet com pouca velocidade e era difícil ver fotos ou vídeos com ela. Fizemos um hotspot para os 4. A meio da semana tivemos de voltar a comprar.
- De setembro a março é a temporada das tartarugas. Acontece principalmente na praia Jalé.
- Ao alugar carro eles cobram o valor lá em dinheiro, por isso deve ir prevenido. Alugámos um jipe por 37€/dia a um contacto dado pela senhora que nos alugou a casa do airbnb.
- Na maior parte dos lugares por onde andámos o euro não era muito bem aceite, por isso recomendo chegar a São Tomé e trocar os Euros para Dobras. Pela cidade existem sempre homens a trocar dinheiro (Na altura 25 Dobras = 1€)
- A água da torneira é água potável, mas não facilite, compre água no supermercado.
- A única cerveja local é a Rosema, servida em garrafas sem rótulo e é a mais barata da ilha. A cerveja importada de Portugal (Sagres e Super Bock) também é vendida em todo o lado mas é mais cara.
- Visto: Não é necessário desde que a estadia em S.Tomé e Príncipe não exceda 2 semanas.
- Vacinas: Aconselha-se fazer consulta do viajante. Como já não há quase malária nós optámos por não nos vacinarmos e levámos spray repelente de insetos que andávamos sempre a colocar mas que resolvia pouco.
- Alojamento: Depois de analisarmos as várias opções e opiniões, optámos por ficar apenas numa casa na cidade de São Tomé alugada no airbnb. A casa era boa mas sofríamos o fato da cidade cortar a luz e a água regularmente. Pagámos 40€/ noite. Se fosse hoje para evitar as más estradas do Sul, tinhamos reservado no sul um alojamento nos últimos 3 dias de férias.
- Levar protetor solar - O Sol pouco se vê mas queima.
- Levar medicação básica para diarreia e vómitos.
- Evitar dar doces às crianças - privilegiar roupas, calçado ou material escolar.
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