sábado, 19 de março de 2022

BUDAPESTE ROTEIRO DE 3-4 DIAS

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Budapeste é uma cidade linda, com muitos motivos para ser visitada. Foi considerada o Melhor Destino Europeu em 2019 e há quem lhe chame “Paris do Leste” pela dimensão das suas avenidas. Possui uma história marcada pelo período nazi e posteriormente pelo domínio da União Soviética até 1991 e tem um enorme património arquitetónico.

A Hungria fica localizada no centro da Europa e faz fronteira com 7 países (Eslováquia, Áustria, Servia, Ucrânia, Roménia, Croácia e Eslovénia), não existindo saída para o mar.

Se pretende ir a Budapeste e voltar com a sensação que conheceu bem a capital, então sugiro no mínimo 3 dias pela cidade.

Budapeste divide-se em Buda, no lado oeste do rio, e Peste, no lado leste. 

 

 

Peste é plana, com muitas opções de transporte, com imensos edifícios e onde os turistas passam a maior parte do tempo a circular. Buda é montanhosa, de acesso mais restrito, com menos pessoas e onde vive a classe alta da cidade.

Nós andámos 4 dias por Budapeste e com base no que vimos sugiro o seguinte roteiro.

1º Dia: Centro de “Peste”, incluindo o Parlamento e a Basílica de Santo Estêvão, entre outros.

2º Dia: Atrações de “Buda”, como o Castelo e a Citadela e parque aquático coberto Aquawolrd.

3º Dia:  Passear pelo Bairro Judeu, visita ao mercado, passear pela Avenida Andrássy, e passeio pelo Danubio de barco.

4º Dia: Passear pela cidade durante a manhã. Ir até à Praça dos heróis e passar a tarde numas termas.

 

PRIMEIRO DIA

Basílica de Santo Estevão 

Na caminhada em direção à Praça da Liberdade, encontramos a enorme Basílica de Santo Estevão, a construção mais alta de Budapeste e a principal basílica da Hungria. A Basílica fascina, tanto pela fachada exterior, como pela ornamentação do seu interior.


 
A entrada é gratuita, exceto a cúpula e o tesouro.



 
À noite por ser época natalícia a Basílica era iluminada com várias figuras.
 

Na Praça de Santo Estevão, encontrámos um mercado de Natal.




Passámos pela Budapest Eye de dia e de noite.




 
 
Parlamento de Budapeste

Na margem do rio Danúbio, encontra-se o grandioso Parlamento de Budapeste, que é um dos principais símbolos da cidade e é o maior edifício da Hungria. A sua arquitetura riquíssima, linda, com imensos detalhes faz lembrar Palácio de Westminster em Londres.

 


Na praça, por trás do parlamento vemos o bonito edifício que é o Ministério da Agricultura.


 
Todo o espaço à volta do parlamento é maravilhoso e é muito agradável passear por lá.
 









Sapatos nas margens do Danúbio

A partir do parlamento fomos caminhando até às margens do Rio Danúbio, um dos maiores rios da Europa e encontramos um memorial de sapatos nas suas margens.

Durante a ocupação nazi, foram executados muitos judeus nas margens do Rio Danúbio, caindo ao rio e transportados pela corrente. Antes do fuzilamento eram obrigados a tirar os sapatos, para serem recolhidos e mais tarde reutilizados.



SEGUNDO DIA – ATRAÇÕES DE BUDA

O lado “Buda” da cidade é onde estão as atrações mais famosas da capital húngara. O Castelo de Buda, a Citadella e o Bastião dos Pescadores, estão todos nesta parte montanhosa da cidade.

Para atravessar de Peste até Buda, fomos pela ponte Elizabeth, que é a mais próxima da Citadella.

 

Do outro lado da ponte, encontramos as Termas Gellért num edifício histórico imponente e muito bonito.
 
 
 
  
 

Colina Gellért é o ponto mais alto da cidade, o que já a torna, pela vista proporcionada, um excelente ponto turístico a ser incluído num roteiro em Budapeste. Como posição defensiva estratégica, desempenhou um papel importante na história de Budapeste, servindo como ponto de observação. Hoje em dia, o principal atrativo para os visitantes é a vista panorâmica.

Existem dois caminhos para se chegar ao topo: subir as escadas pela Ponte Elizabeth ou o caminho mais longo, porém mais fácil, que são as rampas que se iniciam em frente à Ponte da Liberdade (Szabadság híd), ao lado do Hotel Gellért.

Próximo das termas encontrámos uma Igreja na Pedra,  construída dentro de uma das cavernas da colina.




 Na subida fomos apreciando as bonitas vistas.



 

 
Lá em cima encontrámos um parque de diversões para crianças muito bom, com imensas opções de entretenimento.




Citadella

No topo da colina Gellért, encontramos a Citadella, que é uma fortaleza que foi construída para ser um edifício de vigilância. De lá, temos uma vista bonita sobre o Parlamento, as pontes e o Rio Danúbio. Atualmente tem ainda um búnquer da 2ª guerra Mundial, junto com miradouro e monumento à libertação.

 


Castelo do Buda

Continuámos caminho até ao Castelo de Buda, que consiste num grande complexo palaciano com muitas construções luxuosas.  O conjunto é formado por 6 pavilhões. Quatro deles são ocupados pela Galeria Nacional da Hungria e os outros 2 pavilhões, são formados pelo Museu de História e a pela Biblioteca Nacional Széchényi.













 
Lá de cima podemos ver uma bonita vista sobre a cidade.



Igreja de Matias

Muito próximo do Bastião dos Pescadores, encontramos a maravilhosa Igreja de Matias, realçada pelo telhado revestido em ladrilhos coloridos.


 

Bastião dos Pescadores

Do Castelo do Buda continuámos em direção ao Bastião dos Pescadores, o miradouro mais famoso de Budapeste com 7 torres que, à semelhança das estátuas na Praça dos Heróis, representam as 7 tribos Magiares responsáveis pela fundação da Hungria. O nome, Bastião dos Pescadores, deve-se ao facto de terem sido os pescadores que defenderam a muralha do castelo na Idade Média.

O local tem das melhores vistas sobre Budapeste, onde podemos ver, o Danúbio, a Ilha Margarida, grande parte de Peste e o Monte Gellért. É um local muito bonito.

Logo ao lado, fica a Estátua de Estêvão I da Hungria, uma figura equestre homenageando o rei e santo húngaro.






Aquaworld

Para terminar o dia fomos ao parque aquático coberto Aquaworld.

É um parque aquático Indoor que encanta pela sua arquitetura. Tem no seu interior muitas atrações para diversão de todas as idades. Fiz um post onde falo sobre este parque.




TERCEIRO DIA

Bairro Judeu e arredores

Conhecer o Bairro Judeu e a sua história, é ficar a conhecer os episódios mais negros da história da Hungria.

Durante a 2ª Guerra Mundial, os nazis tornaram os arredores da Sinagoga de Budapeste, um isolamento judeu que mais tarde se viria a tornar num campo de concentração. Muitos judeus partiram desta região para campos de extermínio. É de notar que na época do Holocausto, cerca de 30% da população húngara era judia.

Um roteiro pelo bairro judeu de Budapeste, deve incluir uma passagem pelas suas sinagogas. A Sinagoga da Rua Gohány ou “Grande Sinagoga” situada na Rua Dohány é a mais importante e a maior da Europa e a 2ª maior do mundo apenas atrás do Templo Emanu-El em Nova Iorque.



Vale a pena deambular pelas ruas apreciando a arquitetura dos prédios.





Mercado de Budapeste

Para chegar até lá, temos que caminhar pela Váci utca – a rua de compras do centro de Peste.

Ao chegarmos salta à vista a sua arquitetura diferente, com a sua bonita fachada coberta de tijolos e telhado colorido. O interior continua a impressionar pela sua arquitetura que embora seja única, é ofuscada pelas bancas cheias duma grande variedade de produtos, como carnes, peixes, vegetais, queijos, temperos, etc. No andar superior há barraquinhas de lembranças turísticas e roupas.

O mercado encerra por volta das 16h e também aos domingos e feriados.

 

 


Os Húngaros são os maiores produtores e consumidores de paprica no mundo. Em todas as lojinhas víamos este condimento à venda.




Passear pela Avenida Andrássy

Ao lado do Bairro Judeu, encontramos a Avenida Andrássy do centro (começando na Erszébet tér) até o Parque da Cidade. É uma avenida cheia de edifícios históricos com belas fachadas, por isso, foi incluída como património mundial da Unesco em 2002. 

Por curiosidade há 3 locais em Budapeste classificados como Património Mundial pela Unesco, são eles: As margens do Danúbio, o distrito do Castelo de Buda e a Avenida Andrassy.

No passeio pela avenida encontrámos a Ópera Estatal Húngara, que infelizmente estava em obras.

 



 

Passeio no Danúbio de dia
 
Desde o parlamento caminhamos ao longo do popular Passeio do Danúbio e apreciámos a vista deslumbrante sobre Buda, do outro lado do rio. Este passeio é também agradável ao fim do dia, quando a cidade começa a ligar as luzes.
 


 




Passeio de barco à noite

O trajeto sobre o Danúbio é bastante fotogénico, porque dali vemos o Parlamento (em Peste), o rio, a Igreja de São Matias e a fortaleza Bastião dos Pescadores (em Buda).

Tanto de dia como de noite, realizar um passeio de barco no Danúbio é outra forma de conhecer Budapeste, numa perspetiva muito mais privilegiada. Para quem é fã de passeios de barco e gosta pouco de andar, irá gostar desta experiência.

Na minha opinião um passeio a pé pelas margens do Danúbio quer do lado Peste, quer do lado Buda será suficiente para ver as mesmas vistas que vemos a andar de barco, mas duma forma muito mais económica.

Como tínhamos bastante tempo e estavam temperaturas muito baixas, optámos por fazer o cruzeiro no Danúbio à noite como uma duração de 1 hora e com direito a bebida.  

O local de embarque fica próximo à Ponte Erszébet.

Comprámos o bilhete no site get your guide pela internet por 9€/pessoa.


Budapeste iluminada durante a noite consegue ser ainda mais bonita.






QUARTO DIA
 
É agradável passear pelas ruas de Budapeste sem objetivo, apenas apreciando os edifícios e as vistas.














No passeio encontrámos o histórico New York Café, que dizem ser “o café mais bonito do mundo” e é, de facto, lindíssimo, mas só espreitámos, porque a fila para entrar era demasiado grande, para ter vontade de esperar.

 

Praça dos Heróis

No final da Avenida Andrássy, encontramos a Praça dos Heróis onde todo o conjunto de monumentos foi considerado Património da Humanidade pela Unesco. O conjunto de estátuas presentes na praça, chama-se o Memorial do Milénio, tendo sido para comemorar os mil anos da fundação da Hungria. As estátuas representam os cavaleiros líderes das antigas sete tribos responsáveis pela fundação do país.

A praça ainda é rodeada pelo museu de Belas Artes de Budapeste e pelo Palácio das Artes. Qualquer um tem exposições que podem ser visitadas.





 Városliget

Atrás da Praça dos Heróis está uma das entradas para o principal parque da cidade, o Városliget. É um espaço ajardinado com lagos e zonas de sombra. Neste parque encontramos também as famosas Termas de Széchenyi, onde aproveitámos para passar a tarde.

Na zona também encontramos o Museu de Belas Artes Budapeste, o Jardim Zoológico de Budapeste e  o Jardim Botânico.

No centro do jardim encontrámos o bonito Castelo de Vajdahunyad e há frente tinha um lago congelado onde era possível patinar.



 

Termas

Fiz um post completo sobre as Termas de Budapeste.

As piscinas das termas têm águas especiais compostas por sulfatocálciomagnésio e bicarbonato.

Comprámos lá a entrada que incluía cacifo. Levámos de casa toalha e chinelos. 

A temperatura das piscinas cobertas variam entre 28º e 40º e das externas vão de 30º a 34º. Foi muito agradável e divertido.

Depois de vários dias a andar a pé pela cidade, este foi o lugar ideal para descontrair e dar ao corpo um merecido relaxamento.



Budapeste à noite

Como visitámos a cidade no Inverno, os dias são muito curtos anoitecendo às 16h. Estava muito frio, mas ainda assim, gostei muito de passear por lá à noite e ver os edifícios iluminados.






Nota: A Ponte Széchenyi Lánchid (Ponte das correntes)

É a mais antiga da cidade, que liga os lados de Buda e Peste. Ela foi a primeira ligação entre os dois lados. É uma grande atração e permite ir até à Citadella, mas nós tivemos azar, pois estava em obras na altura que visitámos Budapeste.

 

Onde ficar em Budapeste

A parte de Buda é mais residencial com menor oferta turística, como bares e restaurantes. Já o lado de Peste tem mais atrações históricas e culturais, além de muitos hotéis, sendo na minha opinião, a melhor região para ficar.

Reservei hotel pelo booking que nos ficou a cerca de 40€/noite. É uma questão de procurar a opção que mais satisfaz o gosto de cada um. Eu pessoalmente não sou muito exigente, porque passo muito pouco tempo no hotel. O que dou mais importância é à limpeza.

 

Como ir para Budapeste

Existem várias companhias a realizar atualmente voos diretos de Lisboa, Porto ou Faro para Budapeste. Nós apanhámos um voo em Lisboa para Budapeste pela Wizz (Companhia de viação húngara) que nos custou 15eur/pessoa, mas como todos sabem tudo dependerá do dia e da disponibilidade de cada um.

 

Como ir do aeroporto para o centro

O aeroporto fica a 16km de Budapeste.

Opções de transporte:

-Taxi (Opção mais cara);

- Transfer (quanto mais pessoas no mesmo grupo, mais barato fica). Há um oficial no aeroporto o Minibud. As reservas podem ser realizadas online com antecedência ou à chegada e os preços são a partir de 7€ por pessoa, dependendo do local em que pretende ficar.

- Autocarro linha 100E. Vai do aeroporto de Budapeste até o centro sem parar a cada 20 min;

 - Autocarro linha 200E + Metro. É a opção mais barata que vai do aeroporto de Budapeste até o centro com paragens. O autocarro funciona 24h por dia e chega até à estação de metro Kőbánya-Kispest (linha M3) onde depois pode escolher parar no ponto da cidade que seja mais conveniente.

Os bilhetes de autocarro podem ser comprados nas máquinas no próprio aeroporto.

No nosso caso como chegámos às 3h da manhã, reservámos uma carrinha pelo site bookinbudapest.com que nos levou diretamente ao alojamento e que nos ficou por cerca de 4€/pessoa.

Transporte

Andar em Budapeste é fácil. Usamos pouco os meios de transporte e fizemos quase tudo a pé. Mas para quem gosta de andar pouco, o metro é bastante fácil e intuitivo.


Moeda

Embora a Hungria pertença à União Europeia a moeda não é o euro. A moeda do país chama-se florim húngaro (HUF). Quando estivemos lá em 2021, 1€ equivalia a cerca de 300 florins (Aqui encontra a taxa atualizada).

Os locais mais indicados para trocar as moedas, são as casas de câmbio localizadas no centro da cidade.

Ao compararmos a Hungria com outros países da Europa, com certeza que a Hungria será dos mais baratos para passar férias.