Em Novembro, numa viagem de uma semana à Jordânia, conheci uma das 7 maravilhas do mundo - PETRA.
Se quer saber tudo sobre a viagem dê uma espreitadela nos posts anteriores:
Jordânia roteiro de 7 dias e Wadi Rum - Um deserto incrível
Nesta publicação, vou abordar alguns temas que ajudam a perceber melhor que lugar é este tão maravilhoso.
O que é Petra?
Como é que foi construída?
O que vemos lá dentro?
Algumas Sugestões
O que é
Petra?
Petra é uma
antiga cidade da Jordânia datada de 300 a.C..
Não
existe a cidade de Petra na Jordânia. Petra é o nome do sítio arqueológico que
fica dentro da cidade de Wadi Musa.
Por lá, há muito para ver, tem uma
dimensão de 264km2 e foi tudo esculpido nas rochas por uma tribo nómada – os
nabateus – povo que viveu nos desertos da Jordânia.
O nome Petra
é derivado da palavra grega ‘petros’ que significa rocha ou pedra.
Desde 1985,
que Petra é Património Mundial da UNESCO, descrita como “uma das
propriedades mais preciosas do património cultural da humanidade”. Em 2007, foi
reconhecida como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.
Petra
tornou-se conhecida e ganhou riqueza e poder por algumas razões:
Por causa do
comércio de especiarias, sedas e perfumes, através de intensas rotas comerciais
entre a China e a Índia e o Egito, Grécia, Síria e Roma.
Por causa da
engenharia hidráulica, pois possuía sistemas de conservação de águas e de
diques para conter as enchentes e a velocidade das águas acumuladas na época da
chuva.
Era também um lugar importante para hospedagem de caravanas pela abundância de
água, a segurança oferecida e a variedade de objetos que podiam ser comprados
ali.
Cobravam por lá várias taxas pela passagem das caravanas que vinham ou iam para o oriente, o lugar chegou a albergar 30000 pessoas no seu apogeu.
Por todos estes motivos, Petra sempre foi um território muito disputado, passando das mãos dos Nabateus, para as do Império Romano, séculos depois foi ocupada pelos muçulmanos e mais tarde, foi ainda ocupada pelos cavaleiros cruzados.
Com a
mudança das rotas comerciais e um forte terremoto, Petra foi completamente
abandonada.
Ninguém
ouviu falar do lugar por centenas de anos, o que lhe deu o nome de ‘cidade
perdida’. Até que, em 1812, Petra foi reencontrada por um arqueólogo suíço chamado Johann
Ludwig Burckhardt. Depois de Johann, outros pesquisadores começaram
a explorá-la, mas as escavações apenas começaram em 1929, mais de 100
anos após a descoberta da cidade perdida.
Os arqueólogos
acreditam que apenas 15% da cidade está descoberta, estando os
restantes 85% ainda enterrados.
Hoje em dia ela é a atração turística mais visitada da Jordânia.
Como é que
foi construída?
Enquanto que
as antigas ruínas gregas e romanas foram construídas com impressionante
conhecimento de engenharia e arquitectura, em Petra isso não aconteceu,
pois foi escavada e esculpida diretamente nas rochas.
Os arqueológos que estudaram o lugar, são da opinião que a construção foi feita de cima para baixo, tendo as pedras esculpidas nas partes superiores servido de rampa para os operários se apoiarem e realizarem o resto do trabalho. Incrível não é?
O que vemos lá dentro?
Quando
chegámos a Petra, tivemos de ir à recepção mostrar o Jordan pass para nos darem
o bilhete de entrada e um mapa com todas as caminhadas que poderíamos fazer lá dentro.
Da entrada de Petra até ao Tesouro, percorremos 4 km num desfiladeiro que os comerciantes nómadas também percorriam quando passavam por Petra.
Bab el Siq
Bab el Siq é a porta do Siq, a entrada principal da cidade. À medida que vamos caminhando vemos três blocos quadrados esculpidos na rocha, em seguida vemos o túmulo do obelisco com 4 pirâmides no topo.
Siq
O Siq é um
desfiladeiro na montanha com uma altura de 80m e mais de 1km de comprimento, que
passou por uma série de obras e inovações para dar acesso a Petra.
Para uma cidade existir é necessário ser abastecida de água e a localização de Petra no deserto significa que os Nabateus tiveram que usar formas criativas para trazer água e outros recursos para a cidade.
Para dar início à construção da cidade os nabateus desviaram o
curso do rio que corria por este desfiladeiro.
O rio continuou a existir, mas foi desviado para outro local e para garantir a sobrevivência da cidade, os nabateus construíram represas, cisternas e aquedutos que redireccionaram o fluxo da água da chuva para as suas necessidades diárias. A tecnologia usada, foi tão inovadora, que permitiu que os habitantes permanecessem ali, mesmo na época de seca.
Ao passarmos pelo Siq podemos ver parte desse sistema cavado nas paredes de pedra de cada lado do desfiladeiro e que permitia o abastecimento de água na cidade.
Depois de desviarem o rio, o Siq passou a ser a entrada que levava à cidade de Petra, começando na
barragem e terminando no tesouro.
Logo no
início do Siq, é possível vermos as antigas barragens construídas pelos
nabateus, que tinham o objetivo de proteger o desfiladeiro de enchentes e
ajudar a filtrar a água da chuva para consumo.
Caminhar pelo siq, observando as cores e as formações rochosas, é uma experiência incrível.
Al Khazneh (O tesouro)
Assim que
chegamos ao fim da caminhada pelo Siq, encontramos esta maravilha que nos deixa de
boca aberta.
A fachada
principal foi esculpida directamente num único bloco de Pedra de arenito rosa e é por isso que Petra também é conhecida como “Cidade Rosa”.
Tem uma fachada com 40m de altura e 30m de largura.
Ainda não se sabe bem porque razão é que o templo foi construído. Alguns arqueológos acham que era um túmulo de algum rei nabateu. Outros acham que servia para guardar documentos ou era apenas um templo.
Uma verdade é certa - foi uma obra incrível de engenharia.
Ali foram filmadas cenas no filme Indiana Jones e a Última Cruzada.
Rua das Fachadas
Saindo do tesouro, continuamos caminho até chegar à rua das Fachadas onde vemos um longo vale cercado de montanhas, onde beduínos vendem artesanato. Neste local, as pessoas só podem deslocar-se a pé ou alugando cavalos, camelos, burros ou carruagens.
Em Petra existem mais de 1000 mil túmulos esculpidos em diferentes períodos históricos, por isso são muito diferentes uns dos outros em aparência.
A Rua das Fachadas é a versão reduzida da área dos Túmulos
Reais. Encontramos lá uma infinidade de
túmulos esculpidos na pedra.
Está
localizado quase no centro da cidade, construído em estilo romano, tem
capacidade para 8.500 pessoas. É o único anfiteatro do mundo esculpido
na pedra e é isso, em conjunto com a sua grandiosidade, que o torna incrível.
A seguir, num ponto mais elevado, vemos uma área nobre formada por 4 túmulos: Túmulo da Urna, Túmulo da Seda, Túmulo Coríntios e Túmulo do Palácio.
Atrás deles há um reservatório de água que ainda hoje abastece a cidade.
Pensa-se que estes túmulos sejam reais pela sua dimensão e localização. Os Nabateus respeitavam e veneravam a vida depois da morte e por isso os túmulos são, quase sempre, maiores que as casas onde habitavam.
O Túmulo da Urna
É um dos 4 túmulos reais de Petra. Tem este nome por causa da pequena decoração em forma de urna na zona da empena da fachada.
Túmulo de Seda
Fica localizado próximo ao Túmulo da Urna, possui uma porta central e 4
colunas. Tem este nome por causa da pedra utilizada na construção, sendo dos túmulos mais coloridos de Petra.
Túmulo
Coríntios e
Estão ao lado um do outro e são túmulos parecidos, onde vemos salas, algumas com bacias de água que poderiam
ter sido usadas em rituais de purificação.

Segundo li, as casas eram transformadas em túmulos quando o patriarca falecia. Depois, a família tinha de procurar outro local para morar. Por isso há por lá tantos túmulos.
Trilho Al-Kubtha Trail (Miradouro do Tesouro)
Depois
dos túmulos há um trilho bem assinalado, por onde subimos pela montanha até chegar a um miradouro, de onde
é possível admirar o tesouro lá de cima. Aviso que o trilho não é muito fácil e pode ser ainda pior em dias de calor.
Pelo caminho, parámos numa casa de beduínos onde bebemos um chá e apreciámos as vistas.


Para chegar ao miradouro no topo do desfiladeiro, para ter uma linda vista sobre o tesouro, há duas maneiras:
1 – Em frente ao Tesouro, pagando a
quem nos aborda dizendo que nos levam lá e que é o único caminho. Neste caso
temos de pagar, mas a verdade é que há um caminho gratuito.
2 – Caminho que começa na zona dos túmulos reais (Al Khubtha), onde temos de subir muitas escadas numa caminhada de 1 hora, mas que vale a pena.

Lá em cima podemos entrar
numa tenda beduína para ver o tesouro, mas eles não nos deixam lá ficar se não
consumirmos nada, por isso fizemos um pequeno desvio à tenda e conseguimos ver o
tesouro gratuitamente.

Pequena
Petra é um sítio arqueológico localizado a 14Km de Petra. Também é um edifício
esculpido em pedra, mas é muito menor do que Petra, daí o seu nome.
Ao contrário de Petra, onde os nabateus viviam e enterravam os seus mortos, a Pequena Petra foi construída para abrigar as caravanas que passavam por lá.
O sítio de Pequena Petra, também conhecido como “Siq al-barid” alterna espaços estreitos, com espaços abertos e amplos. Entramos lá por um pequeno siq (desfiladeiro) com cerca de 2m de largura.
Os
diferentes túmulos estão bem preservados e alguns têm prateleiras onde colocavam
os mortos.
Também vemos salas onde se reuniam os comerciantes que
chegavam a este lugar.
Para chegar aqui, apanhámos um autocarro à entrada de Petra de manhã cedo. O autocarro é gratuito e tem saídas regulares para a Pequena Petra (na altura de meia em meia hora).
Mosteiro Ad Deir
Depois da pequena Petra, fizemos uma longa caminhada até chegar a esta maravilha.

É a segunda
principal atração de Petra. É maior que o tesouro e está localizado numa zona
mais ampla, permitindo admirá-lo ao longe.
Como fica no alto duma montanha, não é fácil lá chegar, sendo muito mais isolado que o tesouro e por isso tem muito menos turistas permitindo tirar fotos mais à vontade.
Para chegar a este mosteiro ou sobe-se 800 degraus numa caminhada a partir do Tesouro, ou descem-se 800 degraus numa caminhada a partir de Pequena Petra. Como no segundo dias começámos a caminhada na Pequena Petra, fizemos o caminho contrário descendo os 800 degraus até chegar ao tesouro.
Seja duma maneira ou de outra a visita a este mosteiro é imperdível.
Grande Templo
O chamado Grande Templo é o maior edifício do centro de Petra, por isso uma das maiores atrações.
Rua das Colunas
Com colunas enfileiradas lado a lado, é uma rua que atravessa o centro de Petra. Porém, este local está quase todo em ruínas, resultado das frequentes inundações que ocorreram nos últimos milhares de anos.
A caminhada
que não fizemos, foi o trilho que levava ao “Lugar Alto de Sacrifício”. Estávamos
tão cansados que não tivemos vontade de fazer esse sacrifício, pois segundo li, a subida é muito intensa.
Veja o video que fiz por Petra:
Algumas
sugestões:
Dois dias é suficiente para visitar Petra e sugiro comprar o Jordan Pass.
Para
Petra não esquecer de levar muita água e comida suficiente para o dia todo,
porque lá dentro só há um restaurante e é tudo bastante caro.
Levar
roupa, chapéu e um calçado confortável, porque anda-se quilómetros a
subir e a descer em terra batida e terreno instável.
Ir
minimamente preparado fisicamente, se quer ver quase tudo.
Evitar os meses de Verão, porque o calor aumentará o grau de dificuldade.
Dentro de Petra não podem circular carros, mas para quem não quer andar a pé existem algumas opções de meio de transporte lá dentro: charrete, cavalo, camelo e burro. De qualquer forma não recomendo estes serviços, pois é uma dor no coração ver aqueles animais a subir e descer montanhas todos os dias e ver carroças cheias de e gente a serem puxadas por um ou dois animais.
Se
quer fugir aos turistas vá cedo (Petra abre às 6h da manhã no verão e 7h da
manhã no Inverno).
Há quem recomende ver Petra by Night e quem diga que não vale a pena. Neste espectáculo o Siq e o Tesouro são iluminados por milhares de velas e ouve-se música beduína e bebe-se chá. Para ver este espetáculo o valor é pago à parte e nós não o fizemos. Saímos do sítio arqueológico às 19:00h e já havia, inclusive, velas acesas e se tivéssemos esperado mais algum tempo, teríamos visto todas as velas acesas pelo caminho.
Arranjar alojamento em Wadi Musa que fica bem próximo de Petra. O alojamento onde ficámos dois dias em Petra, numa casa reservada pelo Booking custou 20€/pessoa.
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