Foi uma viagem de 3 dias feita com a minha família (Pais, sogros, marido e filho) e o objectivo era
não só visitar a ilha mas principalmente assistir à Festa da flor.
Fomos todos de
autocaravana até Lisboa, onde ficou 3 dias num Parque de estacionamento low cost
a pagar 5€ por dia.
A logística no aeroporto
foi diferente do habitual, pois a minha mãe foi de cadeira de rodas e tivemos
prioridade no check in.
O aeroporto de Lisboa tem
o serviço My Way usado apenas para pessoas com mobilidade reduzida que me
impressionou bastante pela positiva, não só por estar muito bem organizado mas
também por possuir colaboradores muito atenciosos.
Chegámos à Madeira às 9h
e fomos buscar o carro que já estava previamente alugado e dirigimo-nos ao
Funchal para deixarmos as malas no hotel.
A ilha foi descoberta por
João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz de Teixeira em 1419.
O Funchal é a capital da
Madeira e o seu nome deriva da palavra “Funch” que era uma planta que crescia
em abundância aquando da descoberta da ilha.
Tínhamos reserva no hotel
Orquidea de 3 estrelas mas quando lá chegámos o hotel estava lotado (!) e
alojaram-nos no Hotel Regency de 4 estrelas, próximo da marina e com belas
vistas sobre as piscinas e sobre o mar, que chatice :)!!!!
Começámos o passeio pela
estrada da encumeada e chegámos a São Vicente, uma vila costeira junto ao mar,
onde existe um enorme rochedo. Pelo caminho observámos várias quedas de água.
Prosseguimos até Porto
Moniz e parámos para observar as suas encantadoras piscinas naturais.
Seguimos até à Ponta do
Pargo onde tirámos uma bela foto num miradouro.
Passámos pelo Paul do mar
que é o centro piscatório mais importante da ilha e que apresenta uma bela
paisagem de montanhas e mar.
Parámos para almoçar na
Calheta, um local encantador de grande beleza natural, tem uma praia artificial
que pode ser vista na foto abaixo que tirámos dum miradouro.
Passámos pela Ponta do
Sol que tem uma estãncia balnear peculiar situada numa pequena enseada entre as escarpas do vale e que nos surge depois de passarmos um grande tunel.
Prosseguimos até Ribeira Brava que é um local bastante agradável para passear e apreciar a paisagem.
Antes de terminarmos o
passeio de carro, parámos no cabo do Girão que é onde se encontra a 2ª falésia
mais alta do mundo. A falésia possui no topo um miradouro e uma plataforma com
fundo de vidro que permite-nos apreciar melhor a vista e a distância até ao
fundo do penhasco. Incrivelmente no fundo do penhasco observa-se alguns campos
de cultivo que se chamam Fajãs do Cabo do Girão. A vista sobre Camara de Lobos,
Funchal e mar é absolutamente arrebatadora.
No Domingo de manhã
apanhámos o teleférico no Funchal até ao Monte localizado a 6Km de distância da
capital. Pagámos 15€/pessoa ida e volta (crianças com menos de 7 anos não
pagavam por isso o Alex como tinha 4 anos não pagou). Aqui tinha planeado
comprar o bilhete de 22€/pessoa que incluía a visita ao jardim Botânico, mas
disseram-nos que não podia ser visitado por pessoas em cadeira de rodas por
isso foi excluído da rota.
A viagem de teleférico
dura cerca de 10min (são 2Km) e oferece-nos um bonito percurso panorâmico com
vista privilegiada sobre a baía do Funchal.
Chegando ao Monte, continuámos
a ver as belas vistas junto à famosa igreja de Nossa Senhora do Monte onde está
sepultado o Imperador da Áustria.
Aqui é também o ponto de partida dos
tradicionais carros de cesto de vime que fazem a descida da encosta até ao
Funchal. Estes cestos foram inventados em 1850 como meio de transporte e são
empurrados por 2 homens (os carreiros) tradicionalmente vestidos e que usam as
suas botas de borracha como travões.
A viagem custa 15€/pessoa e depois
de descer tínhamos 2 opções, ou subíamos a pique a pé cerca de 2Km ou pagávamos
mais 15€ pelo táxi para nos trazer de novo ao monte.
Como eu e o Miguel já
tínhamos feito a descida há 10 anos, optámos por não a fazer desta vez, mas é um
percurso engraçado que recomendo.
De volta à cidade fomos dar um passeio pela zona velha e passámos pela rua de Santa Maria cujas portas foram decoradas por artistas fazendo desta rua uma galeria de arte.
Em seguida passeámos pela
rua da Arriaga para admirar os espectaculares tapetes florais com os seus
desenhos.
Depois de almoçarmos no hotel fomos a pé até à marina do Funchal para
assistirmos ao cortejo da flor.
Durante a espera apreciámos um enorme navio cruzeiro. Por curiosidade
perguntei a um turista do navio de onde vinha e para onde ia e disse-me que
estava a fazer um cruzeiro de 26 dias desde os EUA e que parava em diversos
pontos das caraíbas e do mediterrâneo, um sonho para concretizar na minha
reforma….
Como ficámos no fim da
avenida ainda tivemos que esperar pelas 17h para começar a ver o desfile e
aproveitámos para ir ver a estátua do Ronaldo que estava bem perto de nósFiquei absolutamente deslumbrada com o cortejo, não só pelas centenas de adultos e crianças envolvidas mas também pelos fabulosos carros alegóricos decorados com múltiplas flores naturais. Era incrível a classe, criatividade e beleza dos trajes dos figurantes nos desfiles.
Foram 2h30m de pessoas
lindas a passar por nós sem interrupção.
Para quem quer visitar a
ilha pela 1ª vez e só tem 3 dias para o fazer, recomendo que o faça aquando da
festa da flor, porque 3 dias dão perfeitamente para percorrer a ilha aproveitando-se
para assistir a um evento único difícil de imaginar a envolvência a partir de
fotografias ou a partir da televisão.
De seguida passámos por
Santana e fizemos uma paragem nas suas casas triangulares em colmo onde numa
delas podemos ver o processo necessário para fazer as tão famosas toalhas de
linho da ilha.
Parámos para comer em
Machico onde desembarcaram os primeiros navegadores portugueses.
A beleza da sua baía
conjugada com a profundeza do vale, fazem recomendar uma paragem neste local.
A caminho passámos por um aldeamento nobre com casas de luxo e localizadas numa zona com belas vistas.
Continuámos até Santa
Cruz e fizemos uma paragem no miradouro na ponta do garajau, onde existe um
monumento ao cristo rei.
Prosseguimos viagem até
ao curral das freiras.
O Curral das freiras é uma pequena vila rodeada de enormes montanhas no coração da ilha. Este foi dos locais que mais me impressionou comparativamente à visita que fiz à Madeira em 2002. Lembrava-me que para lá chegar demorava-se uma eternidade pelas curvas e contra curvas que contornavam as montanhas e tínhamos que passar por um túnel estreito.
Desta vez chegámos lá
rapidamente pelas novas estradas e tuneis que fizeram desde então. Além disso
resultado das melhores condições de acesso a dimensão da vila também aumentou consideravelmente.
Parámos num café e
aproveitámos para provar a famosa poncha e uns pastéis de castanha típicos da
região.
Junto a este café há um
miradouro com uma bonita paisagem sobre as montanhas e a vila.
Daqui fomos até ao
miradouro da Eira do Serrado com uma excelente vista para o pico do Areeiro e
sobre o vale do Curral da Freiras. Neste local encontra-se isolado um café e um
grande hotel.
Já a caminho do Funchal
fizemos uma última paragem noutro importante miradouro da Madeira que é o Miradouro do Pico dos Barcelos situado
em Santo António. A partir deste
miradouro é possível contemplar uma panorâmica maravilhosa sobre a baía e a cidade
do Funchal, com as ilhas desertas em segundo plano.
Um dos aspectos que mais notei na evolução da Madeira foi o melhoramento substancial
de todas as infra-estruturas direccionadas para o turismo. Os miradouros mais
importantes estão agora mais bonitos, com mais espaços verdes e zonas de comercialização de produtos regionais,
artesanais e de restauração, novas áreas de lazer e de apoio e uma melhoria nos
acessos.
Falando agora de comida,
durante o dia para ganhar tempo comíamos umas sandes, mas à noite
aproveitávamos para conhecer a gastronomia da Madeira.
No Sábado fomos ao restaurante
Londres no Funchal e no Domingo ao restaurante Viola no estreito de Camara dos
Lobos.
Em ambos comemos bem a
preços razoáveis (Menos de 10€/pessoa) mas o meu preferido foi o restaurante
Viola, onde comemos óptimas espetadas madeirenses, farinha de milho frito e um
delicioso bolo do caco.
Nunca tinha comido
farinha milho frito e fiquei fã.
Embora eu já tivesse ido
à Madeira em 2002, esta visita foi quase como se fosse a primeira vez dada a evolução
na construção/modernização de infra-estruturas e estradas de tal modo grande
que a ilha estava de facto muito diferente das minhas memórias.
Apenas a 1h30m de avião a
partir de Lisboa, a Madeira é de facto um paraíso recomendável a todos aqueles
que gostam de viajar e apreciar a Natureza.