terça-feira, 14 de outubro de 2008

SUL DE ESPANHA

Nas férias de Agosto de 2008 eu e o meu marido decidimos fazer uma viagem pelo Sul de Espanha.
Foi um passeio extraordinário porque conhecemos muitos locais novos e interessantes.
Para quem gosta de viajar e conhecer coisas novas, poderá encontrar aqui algumas ideias para uma futura viagem, já que eu para fazer esta viagem também aproveitei sugestões de outros blogs.

Segunda Feira 11/08/08

Saímos de casa cedo e fizemos a primeira paragem em Aracena para visitar a Gruta das Maravilhas.
O acesso às grutas realiza-se numa das zonas mais pitorescas da localidade, onde existe um curioso lavadouro público coberto restaurado e muitas esculturas contemporâneas.
A Gruta das maravilhas é de facto uma maravilha. Esta gruta é uma cavidade freática revestida de estalactites e estalagmites, com um conjunto notável de galerias e lagos subterrâneos esculpidos através da acção do tempo e da água.
A gruta tem um total de 1200m que pode ser visitada.
Para quem gosta das grutas de Mira de Aire ou Stº António então ficará deslumbrado com a gruta das maravilhas.
 








É de destacar a sala dos brilhantes; o salão do grande lago ricamente iluminado por lâmpadas multicoloridas; a sala das conchas; a sala esmeralda; a cristalaria de Deus e a sala das viúvas. A sala das viúvas é assim designada porque apresenta formações geológicas que fazem lembrar o ”pirolau” masculino - na foto a baixo podem constatar isso mesmo.

























Terça Feira 12/08/08

Depois das grutas, seguimos em direcção a Córdoba onde dormimos a primeira noite. Córdoba, teve origem na ocupação romana mas tornou-se conhecida durante a invasão árabe, ao tornar-se na capital do Império Islâmico, no Ocidente.
Ao entrar na cidade, chegámos às margens do Rio Guadalquivir, atravessado por uma antiquíssima ponte romana.





 
 
 
O seu centro histórico é um dos contemplados pelo estatuto de Património Mundial, atribuído pela Unesco. 
Córdoba, é a cidade que tem a Mesquita-Catedral árabe considerada maior da Europa e que fica em 3º a nível mundial, atrás apenas das de Meca e Medina e é tão interessante que é um dos únicos trabalhos árabes que não foram destruídos pela reconquista católica da cidade.
É uma incrível mistura da arquitectura árabe e seus símbolos religiosos com a cristã.
A Mesquita foi construída há 1200 anos, ocupa 23 400m2, tem mais de quinhentos arcos listados com as cores laranja e creme e colunas que se sobrepõe e que configuram um labirinto de perspectivas fascinantes. Possui também o Pátio de Los Naranjos, onde os fiéis muçulmanos lavavam mãos e pés antes de entrar na Mesquita para fazer as orações.
Esta mesquita tem a particularidade de não ter orientação para a Meca. Ao contrário de outras mesquitas árabes.



                                              

É um local espantoso que nos deixa com uma sensação de insignificância incrível.
Saindo de Corboba seguimos em direcção a Guadix sempre acompanhados de uma paisagem incrível! Quilómetros e quilómetros de campos impecavelmente cultivados, e com oliveiras muito bem tratadas e alinhadas.



































quarta Feira 13/08/08
 
Na segunda noite ficámos a dormir em Purullena (muito próximo de Guadix).  
Em Guadix conhecemos o património mais curioso da cidade que é o bairro troglodita. As suas casas cuevas (covas ou cavernas), são escavadas nos montes argilosos, com por vezes apenas a entrada e as chaminés por cima da terra. 
 A maioria das casas estão transformadas em habitações rústicas de turismo rural com todos os confortos modernos e como estão protegidas pelas montanhas, as temperaturas no interior rondam entre os 18-20ºC todo o ano.
Subindo ao miradouro é interessante ver as pequenas chaminés que brotam da terra como cogumelos.
Em Purullena visitámos também o interior de uma cueva turística que se revelou extremamente interessante, pois tinha no seu interior uma enorme variedade de artefactos utilizados no antigamente.
 


































































































 
 
 

 
 





























Quinta Feira 14/08/08
 
Na Quinta fomos a Granada visitar Alhambra, que é um palácio árabe maravilhoso que levou mais de 700 anos a ser construído e acabou por passar por vários reinados, incluindo a ocupação francesa, por parte de Napoleão.
É a atracção mais visitada da Espanha! Só para terem uma ideia, é recomendável comprar os bilhetes com bastante antecedência, para não correr o risco de chegar lá e não conseguir entrar ou então terem que ficar horas à espera para comprar o bilhete que foi o meu caso!!! Em determinadas alturas do ano aquilo é um autêntico caos, e nós tivemos azar pois fomos mesmo numa altura complicada.
A Alhambra é um conjunto que abriga uma fortaleza e uma cidade entre muros.
Foi construída na Dinastia de Nasrid (1238-1492) e é composta por várias partes:
- Alcazaba, que são ruínas de um forte que defendia a cidade de possíveis ataques inimigos, e de onde se tem uma vista muito bonita de Granada e se avista um panorama único sobre a Serra Nevada e o Mediterrâneo;
- Palácios Nazaries, de arquitectura moura, lindo! Aqui poderemos ver um extenso trabalho de texturas nas paredes: verdadeiras rendas entalhadas em pedra ou pintadas em azulejos azuis e brancos – técnica proveniente dos povos árabes, que assim recebeu o nome de "arabesco".
Temos hora marcada para lá entrar, mesmo tendo o bilhete de entrada no Alhambra.
- Generalife, onde estão os jardins de Alhambra, super arrumadinhos e simétricos, com dezenas de fontes que originam corredores de água, que refrescam o ambiente.









































 
 
 
 
 
 





























































































 
 



 




























No dia seguinte ainda em Granada fomos para o Miradouro San Nicolas, um lugar no Albaicin (o bairro árabe) de onde se tem uma vista belíssima para Alhambra e para a Serra Nevada.
De seguida, visitámos a Catedral (1523), muito bonita especialmente pelo altar e pelos orgãos.
 
 





















































 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 













































SERRA NEVADA

De tarde fomos dar um passeio à Serra Nevada, cordilheira mais alta da Península Ibérica com mais de 3 mil metros de altura, onde admirámos a deslumbrante paisagem.









 
 

No Sábado fomos dar um passeio pelo deserto das tabernas, que é considerado a maior área 
semi-desértica da Europa, e com uma paisagem interessante.





Seguimos em direcção a Los millares, que fica a 17Km de Almeria. 
Los Millares é um dos  locais arqueológicos mais importantes da pré-historia europeia com quase 5000 anos e consiste em restos arqueológicos de uma “aldeia” que chegou a albergar mais de 1000 pessoas.
Los millares apresenta um complexo sistema defensivo composto por fortes e linhas de muralha.
Aqui se encontra um centro de recepção a visitantes onde podemos obter qualquer informação sobre o local e onde visualizamos um filme que permite perceber como era a vida quotidiana dos moradores nestes espaços defensivos e no controlo do território.
Possui vários túmulos com falsa cúpula usados para enterros colectivos.
O lugar representa uma cultura com crenças e conhecimentos técnicos muito desenvolvidos, e que foram pioneiros na utilização do cobre para fabricação de algumas armas e ferramentas.
Para quem gosta de história será sempre interessante fazer uma visita a Los millares.
















 
 




 
 
Prosseguimos direito ao cabo da Gata que sinceramente não achámos nada de especial.

A caminho de Almeria fiquei impressionadíssima com a quantidade de estufas que vi ao longo da estrada.
Almeria, antes uma das zonas mais pobres e desérticas de Espanha, é agora o El dourado da agricultura intensiva, permitindo a venda fora de época nos supermercados do norte da Europa, a preços acessíveis, tomates, pimentos e alfaces, entre outros.
O terreno árido e deserto está totalmente coberto por fileiras e mais fileiras de estufas. Por isso há quem lhe chame o "deserto de estufas". É impressionante o aproveitamento do espaço. A cadeia de estufas, em alguns sítios, só pára a escassos metros das casas, literalmente asfixiando as povoações mais pequenas. E a montanha vai sendo progressivamente convertida em socalcos.
É um imenso mar de plástico num total de 349.000Km2, que se estende por planícies, invade os vales, trepa as montanhas e rouba terras ao mar.
O negócio traz dinheiro para a região, mas também problemas. O impacto visual é um deles, mas preocupante é a poluição causada pelos desperdícios da actividade agrícola. Além disso o uso de uma grande quantidade de água tem esgotado os lençóis da região, degradando o solo e aumentando a sua salinidade.






 
 
 
Continuámos viagem a caminho de Fuengirola fazendo apenas uma paragem na praia de Nerja (onde era filmado o verão azul) e em Mijas (uma localidade pitoresca com muitos burros usados para passear e conhecer a zona).








 
 
 





Domingo 17/08 a 21/08/08

Fuengirola foi a praia que escolhemos para ficar 5 dias. Encontrámos aqui uma grande quantidade de restaurantes, e bares. O mar era calmo, a temperatura do ar e da água era agradável e a areia era fina e escura.
A praia de Fuengirola tem 8 km de comprimento com um extenso calçadão.
À noite é uma praia bastante animada e muito agradável para passear. Gostei muito.
Passei um dia em Torremolinos e pessoalmente achei a praia de Fuengirola mais animada e agradável para passar uns dias de férias.




 
 
 













Na 

Sexta feira fomos visitar o Torcal de Antequera, localizado a cerca de 4 kms a sul da cidade de Antequera (Málaga). O Torcal é um importante maciço calcário com cerca de 150 milhões de anos, em cujo topo se situa uma das mais belas paisagens Kársticas que podemos contemplar. Apresenta uma área de cerca de 1.200 hectares declarada como "Paraje Natural del Torcal de Antequera" devido ao seu interesse geológico, botânico e paisagístico.
As rochas calcárias tiveram origem no fundo do mar durante o período Jurássico. Os sedimentos acumulados no fundo do mar agregaram-se através da acção aglutinadora dos sais e depósitos da dissolução marinha. Empurrados por forças tectónicas emergiram à superfície, conservando boa parte da sua horizontalidade apesar de terem subido mais de 1000m desde o nível da superfície do mar. Mais tarde um conjunto de fracturas geraram gretas e falhas dando início ao processo erosivo cujo resultado ao fim 20 milhões de anos foram curiosas formações rochosas.
O parque proporciona 2 trilhos, com durações diferentes. Nós fomos pelo trilho mais pequeno que tem uma duração de 30m.
O passeio é bastante agradável e de uma beleza singular e por isso muito fotogénico.
Fiquei completamente boquiaberta quando me apercebi que no cimo das grandes rochas e num espaço muito restrito para circular, se encontravam ovelhas que tentavam aproveitar a pouca sombra que havia. Movimentos mais descuidados poderiam fazer cair estas ovelhas para um fundo sem volta. Esta imagem definitivamente nunca mais vou esquecer.





 
 
 





No Sábado seguimos em direcção a Marbella para fazermos um dia de praia, no entanto só conseguimos estacionamento num parque a pagar 1,90Eur/hora!!! É claro que perante tal exploração acabámos por fazer apenas um passeio durante a manhã para ficar a conhecer o local que me pareceu muito agradável para passar uns dias de praia.



 
 
 
De tarde seguimos em direcção a Ronda. Ronda já na província de Málaga, é uma das cidades mais antigas da Espanha e data do século 9 A.C.
A cidade velha (a Sul) e a cidade “nova” estão ligadas por uma impressionante ponte com cerca de 100m de altura, construída no século XVIII sobre o Tajo de Ronda, um desfiladeiro com mais de 150m de profundidade. É o ex-líbris da cidade, tendo demorado 43 anos a ser erguida. Liga a zona histórica e a cidade nova, mais comercial, onde está localizada a histórica praça de touros mais antiga de Espanha.
Vale a pena passar por Ronda só para admirar a vista do vale do Tajo que tem uma paisagem incrível.









 
 
Como estava muito calor decidimos não ficar por Ronda e fomos visitar Setenil de las Bodegas.
Surpreendente, incrível e de original beleza, são alguns dos adjectivos que posso aplicar a esta espantosa aldeia da Andaluzia.
Mais parece uma aldeia troglodita. É impressionante a forma como as casas estão escavadas nas rochas tendo como telhados as próprias rochas. Aqui os habitantes tiraram proveito da erosão do rio Guadalporcúm, usando a rocha das montanhas como paredes ou tectos das suas casas.
Algumas casas têm uma disposição tão insólita, que vale mesmo a pena visitar Setenil se quer ficar deslumbrado.
As ruas são tão estreitas que temos que encolher os espelhos do carro para conseguir passar. O melhor é deixar o carro à entrada da aldeia e fazer uma caminhada lenta e repousada que permita contemplar as suas maravilhas.









 
 
Aqui demos por finalizadas as nossas férias em Espanha e fomos direito a casa.
Fizemos no total 2640Km.